A determinação da data do júri é o resultado de mais de quatro anos de processos judiciais, marcada por múltiplos recursos apresentados pela defesa dos réus. Leniel Borel, pai de Henry e assistente do processo acusatório, expressou sua profunda angústia com a espera prolongada. Ele relatou em suas redes sociais que, apesar de o menino ter vivido apenas quatro anos, sua busca por justiça se estende por um tempo muito maior: “Tenho mais tempo lutando por justiça pelo meu filho do que o tempo que tive com ele em vida”, comentou, acrescentando que sua vida está imersa em uma rotina de oração pela revelação da verdade.
Para Leniel, a confirmação da data do júri provoca uma mistura de esperança e dor. “Ver a data marcada é como reabrir uma ferida que nunca cicatrizou. Dói muito, mas ao mesmo tempo traz esperança de que, finalmente, o Henry será ouvido pela Justiça”, afirmou. Ele enfatizou a gravidade do caso, que se trata de um crime brutal contra uma criança inocente.
Henry Borel Medeiros faleceu em 8 de março de 2021, em seu lar na Barra da Tijuca, onde residia com a mãe e o padrasto. O casal levou o menino a um hospital, alegando um acidente doméstico. Contudo, a necropsia realizada pelo Instituto Médico-Legal (IML) revelou que a criança apresentava 23 lesões violentas, incluindo lacerações e hemorragia interna. As investigações da Polícia Civil concluíram que Henry era vítima de violência recorrente, sendo alvo de abusos do padrasto, enquanto a mãe tinha plena consciência das agressões.
O Ministério Público ofereceu denúncias contra os réus, que respondem por homicídio qualificado. Ambos foram detidos em abril de 2021 e, desde então, o processo judicial enfrentou diversas instâncias e recursos, o que acabou atrasando o julgamento. Essa triste narrativa destaca não apenas a luta de um pai por justiça, mas também a complexidade e a relevância sociojurídica do caso em questão, que ainda ressoa nas reflexões sobre proteção infantil e responsabilidade dos adultos.
