Carla Zambelli foi detida em junho, na capital italiana, após deixar o Brasil em busca de escapar de um mandado de prisão emitido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A deputada possui dupla cidadania, o que facilitou sua saída do país em maio, depois de ser condenada a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023. Além da pena privativa de liberdade, Zambelli foi condenada a pagar R$ 2 milhões em danos coletivos.
As investigações apontam que a parlamentar foi a mente por trás da invasão que resultou na emissão de um mandato de prisão falso contra Moraes. O hackeamento foi realizado por Walter Delgatti, que também foi condenado e confirmou que executou a ação a mando da deputada. Após sua fuga para a Itália, o governo brasileiro iniciou os procedimentos para a extradição de Zambelli, e o pedido foi formalizado pelo ministro Moraes em 11 de junho, sendo posteriormente enviado pelo Itamaraty às autoridades italianas.
Recentemente, a maioria do STF condenou Zambelli em um outro processo, por porte ilegal de arma de fogo e por constrangimento ilegal. Em junho, a Câmara dos Deputados também autorizou a deputada a tirar uma licença não remunerada de 127 dias. Caso não retorne ao seu cargo após esse período, é possível que seu mandato seja cassado por faltas às sessões.
Além de todos esses processos, Zambelli enfrenta um processo adicional de cassação, e a Câmara ainda não se manifestou sobre a perda de seu mandato decorrente da condenação imposta pelo Supremo. O desenrolar desses eventos nos próximos dias poderá trazer novidades significativas para a política brasileira e para o futuro da parlamentar.