JUSTIÇA – Justiça Federal Suspende Benefícios Vitalícios de Bolsonaro Durante Cumprimento de Pena em Regime Fechado após Condenação. Prejuízo aos Cofres Públicos é Argumento Central.

Nesta quarta-feira, 10 de outubro, a Justiça Federal em Minas Gerais decidiu suspender os benefícios vitalícios concedidos a Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, após sua saída do cargo em 2022. Essa decisão, que implicará na suspensão de assessores e veículos oficiais a ele destinados, foi motivada pelo fato de Bolsonaro estar cumprindo pena em regime fechado, em decorrência de sua condenação por um esquema que visava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

Atualmente, Bolsonaro se encontra detido na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, enfrentando uma condenação de 27 anos e três meses de prisão. A ação que resultou na suspensão dos benefícios foi movida pelo vereador Pedro Rousseff, do PT-MG, que argumentou a favor da revogação com base no impacto financeiro que a manutenção desses privilégios traria aos cofres públicos. De acordo com Rousseff, apenas no primeiro semestre de 2023, os gastos com a equipe de Bolsonaro alcançaram R$ 521 mil, totalizando R$ 4 milhões desde o início do ano.

A legislação vigente, especificamente a Lei 7.474 de 1986, prevê que ex-presidentes tenham direito a um suporte considerável, incluindo quatro servidores para segurança e apoio, além de dois carros oficiais com motoristas. Contudo, o juiz federal Pedro Pereira Pimenta destacou que a continuidade desses benefícios para Bolsonaro, sob circunstâncias excepcionais, configuraria uma afronta aos princípios da legalidade e da moralidade administrativa.

O magistrado enfatizou que a manutenção de uma estrutura que não serve a uma finalidade justificada poderia causar um ônus indevido ao erário, colocando em jogo a ética na administração pública. A decisão judicial não é definitiva, e há possibilidade de recurso, o que poderá levar o assunto a instâncias superiores.

Essa situação gera um intenso debate sobre o que constitui a correta utilização dos recursos públicos e a adequação dos benefícios destinados a ex-presidentes condenado por crimes. A decisão, além de impactar a vida de Bolsonaro, poderá sinalizar um novo caminho para a avaliação de direitos de ex-chefes de Estado em cenários similares.

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