Em sua solicitação, os advogados de Oruam argumentaram que a prisão preventiva era ilegal e desnecessária, citando a “nebulosidade” da ação policial que culminou com a detenção do rapper. Eles também pleitearam a substituição da custódia por medidas alternativas, afirmando que a situação não justificava a continuidade da prisão.
A desembargadora, no entanto, considerou o pedido improcedente, afirmando que a concessão de liminares deve ser uma exceção, aplicável apenas em casos de “constrangimento ilegal manifesto”, o que, segundo ela, não se observava neste caso específico. A magistrada citou a postura de Oruam durante uma ação policial, destacando que ele não apenas desacatou as autoridades, mas também fez ameaças, tanto em suas redes sociais quanto pessoalmente. Essa conduta, classificada como audaciosa, segundo a desembargadora, implicava na necessidade de se manter a prisão para garantir a ordem pública.
Diante do contexto, foi estipulado um prazo de dez dias para que as partes envolvidas, como o Ministério Público e a juíza Tula Corrêa de Mello, da 3ª Vara Criminal da Capital, que ordenou a prisão, se manifestem sobre o caso.
Além da acusação de homicídio, Oruam foi indiciado por um total de sete crimes, que incluem associação ao tráfico de drogas, tráfico de drogas, resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal.
O caso remonta ao dia 21 de julho, quando policiais se dirigiram à residência de Oruam no Joá, um bairro de classe alta na zona oeste carioca, para cumprir um mandado de apreensão relacionado a um adolescente apontado como membro de uma das principais quadrilhas de tráfico de drogas do estado. Durante a abordagem, Oruam e seus amigos resistiram à ação policial, hostilizando os agentes com xingamentos e até arremessando pedras. O rapper, ao compartilhar a situação em suas redes sociais, desafiou as autoridades, afirmando: “Quero ver vocês virem aqui, me pegar dentro do Complexo”.
Cabe destacar que Oruam é filho de Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, um dos líderes históricos da facção Comando Vermelho, atualmente encarcerado. Este laço familiar suscita ainda mais complexidade ao caso, uma vez que o rapper caminha entre a fama e as graves implicações legais que enfrentam ele e seu círculo social.