JUSTIÇA – Justiça do Rio inicia julgamento de caso de transplantes com HIV; seis pessoas são acusadas de lesão corporal e associação criminosa.

A Justiça do Rio de Janeiro está dando início ao julgamento de seis pessoas envolvidas no caso que resultou na infecção de seis pacientes pelo vírus HIV após transplantes de órgãos realizados no ano passado. Os réus, ligados ao laboratório PCS Saleme, são os sócios Walter Vieira e Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, bem como os funcionários Ivanilson Fernandes dos Santos, Cleber de Oliveira Santos, Jacqueline Iris Barcellar de Assis e Adriana Vargas dos Anjos, esta última era coordenadora técnica do laboratório.

As acusações feitas pela 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada dos Núcleos de Duque de Caxias e Nova Iguaçu incluem lesão corporal gravíssima, associação criminosa, falsificação de documento particular e falsidade ideológica. Em especial, Jacqueline é acusada de ter assinado um laudo fraudulento.

A audiência de instrução e julgamento está agendada para esta tarde, na 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, região metropolitana do Rio de Janeiro. Durante a sessão, serão ouvidas testemunhas indicadas pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e pelos advogados de defesa, além do interrogatório dos réus. Ainda não há previsão para a conclusão do julgamento, que não terá acesso da imprensa.

O caso remonta a outubro do ano passado, quando a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro identificou a infecção por HIV em seis pacientes submetidos a transplantes de órgãos. O laboratório PCS Saleme, responsável pelos exames de sorologia, emitiu laudos fraudulentos que omitiram a presença do vírus nos órgãos de doadores.

Como consequência, o laboratório foi interditado pela Vigilância Sanitária estadual e o contrato com o governo do estado foi rescindido. O escândalo resultou na renúncia da direção da Fundação Saúde e na prisão temporária de cinco pessoas, que foram posteriormente liberadas mediante concessão de habeas corpus.

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