JUSTIÇA – Justiça de SP determina reativação de serviço de aborto legal em hospital da zona norte da capital



A Justiça de São Paulo determinou que a prefeitura da capital reative o serviço de aborto legal no Hospital Vila Nova Cachoeirinha, localizado na zona norte da cidade, em decisão proferida pela juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9ª Vara de Fazenda Pública. A determinação estabelece um prazo de cinco dias para que a decisão seja cumprida, sob pena de multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento.

Essa não é a primeira vez que a Justiça exige que a prefeitura cumpra a legislação, pois já houve uma decisão similar em janeiro, quando o juiz Adler Batista Oliveira Nobre ordenou a reativação do serviço e a realização de busca ativa para atender as pacientes que tiveram o procedimento cancelado.

O aborto legal no Brasil é permitido em casos de estupro, risco de vida para a mãe e situações de bebês anencéfalos. Contudo, o Hospital Municipal e Maternidade da Vila Nova Cachoeirinha suspendeu a realização desse tipo de procedimento em dezembro passado, sem apresentar um prazo para a retomada do serviço, o que gerou preocupação no Ministério Público Federal.

A prefeitura informou que o aborto legal está disponível independentemente do período gestacional em outros quatro hospitais municipais da cidade. No entanto, uma reportagem do G1 revelou que a prefeitura copiou dados de prontuários de pacientes que passaram por aborto legal no Hospital Vila Nova Cachoeirinha, sem autorização dos pacientes ou ordem judicial.

Ao ser questionado sobre o assunto, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) explicou que realizou uma fiscalização no hospital e recolheu prontuários e documentos, ressaltando que essa prática está prevista por lei federal. O conselho enfatizou que os relatórios das fiscalizações são mantidos em sigilo.

A decisão judicial e as polêmicas envolvendo o acesso indevido a prontuários reascendem o debate sobre os direitos das mulheres e a garantia da realização do aborto legal, conforme estabelecido pela legislação brasileira. A prefeitura de São Paulo não se pronunciou sobre a polêmica envolvendo a cópia indevida de prontuários até o momento.

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