Antônio Cláudio estava detido desde o início de 2023 e, em uma decisão proferida na última segunda-feira, 16 de outubro, pelo juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro da Vara de Execuções Penais (VEP) de Uberlândia, obteve o direito à progressão para o regime semiaberto. Esta mudança no regime de cumprimento de pena significa que, a partir de agora, ele poderá cumprir parte da pena em condições menos rigorosas.
A ordem de prisão original do acusado foi estabelecida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que em um julgamento anterior havia determinado a pena de 17 anos por uma série de crimes, incluindo abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, dano a patrimônio tombado e associação criminosa armada. Durante a fase de investigação, Ferreira confessou sua participação nos atos, admitindo que danificou o relógio e, subsequentemente, fugiu para Uberlândia, onde acabou sendo preso pela Polícia Federal.
O relógio, cujas origens remontam a uma doação feita ao imperador Dom João VI pela corte francesa em 1808, integra a coleção do acervo da Presidência da República e passou por um processo de recuperação bem-sucedido com o auxílio de especialistas de uma relojoaria suíça. Essa recuperação levantou questões sobre a preservação do patrimônio cultural brasileiro em um cenário político conturbado.
A decisão do juiz, que permite ao réu a progressão para o semiaberto, levanta debates sobre a aplicação de penas em casos de crimes contra a democracia e o patrimônio público, refletindo as tensões persistentes na sociedade brasileira após os tumultos de 2023.