JUSTIÇA – Justiça aceita denúncia e torna Rubén Dario Villar, o “Colômbia”, réu por mandante de assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips no Amazonas.

Título: Justiça Federal aceita denúncia e Rubén Dario Villar se torna réu por assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips

A Justiça Federal no Amazonas decidiu aceitar a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) e tornou Rubén Dario Villar, conhecido como “Colômbia”, réu no caso do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. Os dois desapareceram há três anos na região do Vale do Javari, uma área conflituosa situada entre Guajará e Atalaia do Norte, no estado do Amazonas, e foram encontrados mortos após suas atividades de promoção da educação ambiental junto às comunidades indígenas da região.

Os eventos que culminaram nas mortes ocorreram após Bruno e Dom passarem pela comunidade de São Rafael, de onde nunca mais foram vistos vivos. A denúncia do MPF, que foi formalizada pelo procurador Guilherme Diego Rodrigues Leal, contou com o suporte do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri e foi apresentada na Subseção Judiciária de Tabatinga.

Colômbia, que é peruano, já havia sido indiciado pela Polícia Federal em novembro do ano anterior como um dos mandantes do crime. Além de seu envolvimento nesse caso, ele é suspeito de estar à frente de uma organização criminosa voltada para o tráfico de drogas e a pesca ilegal no Vale do Javari, uma região de fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. O réu já responde a outros processos relacionados a essas atividades ilícitas. Sua primeira detenção ocorreu quando se apresentou voluntariamente à PF em Tabatinga, em junho de 2022, negando qualquer participação no crime. Mesmo assim, foi detido por apresentar documentos falsos e, após ser liberado temporariamente, voltou à prisão por descumprir medidas cautelares.

Conforme a acusação, as vítimas foram mortas por se oporem ao tráfico ilegal de peixes na região, ameaçando os interesses dos criminosos. Colômbia é a nona pessoa a enfrentar acusações pelo envolvimento nas mortes de Bruno e Dom. No período em que a tragédia ocorreu, outras três pessoas já tinham sido identificadas como os executores do crime e posteriormente foram denunciadas. Em junho de 2024, mais cinco indivíduos foram acrescentados à lista de réus por terem ajudado na ocultação dos corpos.

O MPF solicitou que os executores do crime sejam julgados pelo tribunal do júri, a solicitação foi inicialmente aceita, mas o Tribunal Regional Federal excluiu um dos acusados, levando os procuradores a recorrer ao Superior Tribunal de Justiça. O caso continua a ser acompanhado com grande atenção tanto por órgãos de direitos humanos quanto pela sociedade civil, que busca por justiça e proteção aos defensores dos direitos humanos na região amazônica.

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