Depois de mais de uma década de tramitação, o Tribunal do Júri condenou, na madrugada desta sexta-feira (14), Janadaris Sfredo a 28 anos de prisão, em regime inicial fechado, pela autoria intelectual da morte do advogado Marcos André de Deus Félix. O crime ocorreu em uma emboscada na Praia do Francês, em Marechal Deodoro, há 11 anos e cinco meses.
O julgamento, realizado no Fórum Jairo Maia Fernandes, em Maceió, foi presidido pelo juiz Geraldo Amorim, da 9ª Vara Criminal, e durou cerca de 19 horas. Ao todo, nove testemunhas foram ouvidas. O processo foi desaforado para a capital devido à repercussão do caso.
A acusação esteve a cargo do promotor de Justiça Coaracy Fonseca, com assistência dos advogados Roberto Moura, Júlia Figueiredo e André Argolo. A defesa apresentou testemunhas, mas algumas declarações foram consideradas contraditórias, e um depoimento foi desqualificado pelo tribunal.
Durante o julgamento, o advogado Antônio Carlos, colega de trabalho da vítima em uma usina, afirmou que Marcos André, enquanto internado no Hospital Geral do Estado, teria escrito em uma prancheta que responsabilizava Janadaris pelo crime.
Familiares da vítima acompanharam o julgamento vestindo camisas com pedidos de justiça. A irmã, Manuela de Deus Félix, afirmou que a condenação não traz de volta o irmão, mas ameniza parte da dor sentida pela família ao longo dos anos.
Ao final da sessão, os advogados assistentes de acusação divulgaram nota em que classificaram o veredito como um marco no combate aos crimes de mando em Alagoas e defenderam que a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Alagoas exclua Janadaris de seus quadros, citando inidoneidade moral e prática de crime infamante.
A condenação ainda é passível de recurso.
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