JUSTIÇA – Julgamento do Núcleo 3 do Golpe: Nove Militares e um Policial Acusados de Monitorar e Planejar Ações Contra Ministros e Líderes Eleitos.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu início nesta terça-feira (11) ao julgamento da ação penal que investiga os indivíduos envolvidos no núcleo 3 de uma suposta trama golpista. O foco do esquema seria a manutenção do ex-presidente Jair Bolsonaro no poder mesmo após sua derrota nas eleições de 2022. Este núcleo reúne nove militares do Exército e um policial federal, todos acusados de ações de monitoramento que visavam intimidar e até eliminar Moraes, conforme descrito na denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Segundo as alegações, o plano não se limitava ao alvo de Moraes, mas também incluía o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e seu vice, Geraldo Alckmin, com a intenção de assassiná-los antes de suas posses, marcadas para janeiro de 2023. Evidências reunidas pela Polícia Federal sugerem que as atividades de monitoramento tiveram início em novembro de 2022.

Moraes destacou que o relatório lido resume a evolução do processo, abrangendo desde sua instauração até as alegações finais. A acusação sublinha que as evidências de monitoramento demonstram a execução do plano golpista, não se tratando apenas de uma tentativa de organização. Esse movimento faz parte da chamada “Operação Copa 2022”, que teria derivado do plano “Punhal Verde e Amarelo”, evidências documentais da qual foram encontradas durante a investigação.

O julgamento de hoje é predominante nas sustentações orais da acusação e da defesa, com o STF programando sessões adicionais nos dias 12, 18 e 19 de novembro dedicadas ao caso. Os réus da trama, conhecidos como “kids-pretos”, atuaram em forças especiais do Exército e são acusados de pressionar os comandantes das Forças Armadas para se alinharem ao golpe, por meio de campanhas difamatórias.

O núcleo 3 é composto pelos seguintes réus: Bernardo Romão Correa Netto (coronel), Estevam Theophilo (general), Fabrício Moreira de Bastos (coronel), Hélio Ferreira Lima (tenente-coronel), Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel), Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel), Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel), Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel), Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel) e Wladimir Matos Soares (policial federal).

No caso do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior, a acusação pode ser rebaixada para incitação das Forças Armadas contra os poderes constitucionais, abrindo espaço para um possível acordo que o proteja de condenações severas. Até o momento, 15 réus já foram condenados pelo STF em relação a esta trama, incluindo integrantes de outros núcleos que também estão sob investigação. O próximo grupo de réus iniciará seu julgamento no dia 9 de dezembro.

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