Vieira, que atuou como juiz auxiliar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre 2019 e agosto de 2022, está atualmente lotado na primeira instância da Justiça Federal em Paranaguá (PR). A medida de afastamento foi determinada pelo corregedor-nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, após receber um ofício do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), informando sobre a citação do nome do magistrado nas investigações.
De acordo com a PF, Vieira foi mencionado no relatório relacionado à suposta participação no relatório encomendado pelo Partido Liberal (PL) ao Instituto Voto Legal (IVL) para alegar fraudes nas urnas eletrônicas após o segundo turno das eleições. Conversas encontradas nos celulares de ex-assessores de Bolsonaro indicaram que o juiz teria atuado de forma clandestina ao assessorar o partido na representação contra as urnas eletrônicas.
Após Bolsonaro perder para Lula no segundo turno, o PL entrou com uma representação no TSE para anular votos em urnas eletrônicas. O tribunal multou o partido em R$ 22,9 milhões por litigância de má-fé, alegando que a legenda não incluiu supostas irregularidades no primeiro turno na representação, apesar das urnas serem utilizadas nos dois turnos.
A reportagem entrou em contato com o gabinete do juiz Sandro Vieira, que ainda não se manifestou sobre o assunto. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) informou que seguirá as determinações do CNJ e abriu um procedimento administrativo contra o magistrado, enquanto a Justiça Federal no Paraná optou por não emitir nota sobre o caso. O espaço permanece aberto para pronunciamentos.