Os crimes a que se referiu Tanji incluem graves violações de direitos humanos, como censura, sequestro, tortura e assassinato. Este movimento jurídico coincide com as comemorações do 50º aniversário do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, que perdeu a vida em 25 de outubro de 1975, nas dependências do DOI-Codi em São Paulo. A figura de Herzog se destaca como um símbolo emblemático de resistência e do combate à repressão, embora Tanji tenha enfatizado que ele foi apenas uma entre muitas vítimas da brutalidade do regime militar.
Em sua fala, Tanji defendeu que o sindicato tem a responsabilidade de lutar pela proteção e reconhecimento dos direitos da categoria, assegurando que o exercício do jornalismo seja realizado sem constrangimentos ou temores. O presidente da entidade ressaltou a importância de se continuar a lutar contra a impunidade, não apenas em relação aos crimes do passado, mas também para assegurar que a liberdade de imprensa seja respeitada no presente.
A nova ação judicial também é uma continuidade dos esforços do sindicato, que já processou, em 2021, o então presidente Jair Bolsonaro por danos morais à classe. Na visão de Thiago Tanji, o objetivo é uma reparação simbólica que, na verdade, busca um reconhecimento mais amplo das injustiças sofridas pela categoria.
Rafael Maia, advogado e coordenador jurídico do sindicato, explicou que a ação é coletiva e objetiva beneficiar todos os jornalistas, mesmo meio século após as atrocidades cometidas. Ele destacou que a participação de agentes de segurança públicos em atos ilícitos durante a ditadura tornou imprescindível incluir o Estado de São Paulo no processo.
Além da reparação simbólica, a ação também pede que parte da indenização seja direcionada ao Instituto Vladimir Herzog, uma entidade sem fins lucrativos que milita em defesa dos direitos humanos. A petição inclui ainda demandas por reformas no sistema de formação de profissionais de segurança, ressaltando a importância da liberdade de imprensa para a democracia. Essa abordagem busca garantir que os erros do passado não sejam repetidos, promovendo uma formação que valorize o papel crítico do jornalismo na sociedade.









