De acordo com as informações apuradas, uma associação criminosa teria sido responsável por desviar e vender esses objetos de valor, com o objetivo de converter o dinheiro em espécie e incorporá-lo ao patrimônio pessoal de Bolsonaro, sem deixar rastros no sistema bancário formal. O relatório, que tem 476 páginas, detalha que o ex-presidente e outras 11 pessoas foram indiciadas pelos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
O sigilo do relatório foi levantado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que encaminhou o processo para a Procuradoria-Geral da República (PGR) analisar se arquiva o caso ou denuncia os envolvidos. O documento aponta que parte do dinheiro obtido com a venda dos presentes pode ter sido utilizado para custear a estadia de Bolsonaro nos Estados Unidos, após deixar a Presidência.
A PF destacou a colaboração do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fez um acordo de colaboração premiada. Também foi revelado o envolvimento do pai de Mauro Cid, o general do Exército Mauro Lorena Cid, que teria intermediado o repasse de US$ 68 mil em espécie ao ex-presidente. O dinheiro foi recebido após a venda de um relógio Patek Phillip e de um Rolex.
Outras provas foram anexadas nos autos, como comprovantes de saques bancários no Brasil e nos EUA, e planilhas mantidas pelo assessor Marcelo Câmara, responsável pela contabilidade pessoal de Bolsonaro. A defesa de todos os citados está sendo procurada pela imprensa para comentar as acusações.
Diante dessas revelações, o caso promete gerar repercussão e deve ser acompanhado de perto pelos órgãos competentes. Além disso, a investigação traz à tona questões sobre a transparência e a ética no exercício do poder, evidenciando a gravidade das acusações contra o ex-presidente Bolsonaro e demais envolvidos.