A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresenta uma série de acusações graves contra os réus, destacando que Bolsonaro tinha conhecimento de uma minuta que propunha medidas inconstitucionais, incluindo a decretação de estado de sítio e a prisão de ministros do STF e outras autoridades. A gravidade da situação é acentuada pelos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que, em sua delação premiada, confirmou a presença do ex-presidente durante a apresentação do documento e revelou que Bolsonaro sugeriu alterações no texto, limitando-se a mencionar apenas a possibilidade de prisão de Moraes.
O interrogatório de Bolsonaro e dos demais acusados faz parte de uma série de oitivas que acontecerão entre os dias 9 e 13 de junho. Já foram ouvidos outros personagens importantes que integravam o que a PGR classifica como o “núcleo crucial” da ação. Entre eles, destacam-se Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, entre outros. O próximo na lista, além de Bolsonaro, é Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, e Walter Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro.
Esses interrogatórios representam uma das etapas finais do processo, que é amplamente monitorado pela sociedade. A expectativa é que, no segundo semestre deste ano, ocorra o julgamento que decidirá sobre a condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais envolvidos. Em caso de uma decisão desfavorável, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão, o que certamente terá repercussões significativas na política brasileira e na vida pública de Jair Bolsonaro. A atenção do público permanece voltada para os desdobramentos deste caso, que poderá moldar o futuro político do país.