JUSTIÇA – “Grupo Americanas tem plano de recuperação judicial aprovado pelo TJRJ em meio a crise financeira bilionária”

O Grupo Americanas teve seu plano de recuperação judicial homologado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), marcando mais um capítulo na história da empresa. Desde o início de 2023, quando foram descobertas inconsistências contábeis indicando um rombo bilionário, a Americanas passou por momentos difíceis, levando à demissão do então presidente Sérgio Rial e do diretor de Relações com Investidores, André Covre. Esse episódio resultou em uma desvalorização expressiva das ações da empresa na Bolsa de Valores, com queda superior a 70%.

A recuperação judicial é uma medida adotada por empresas em dificuldades financeiras, e o pedido da Americanas foi aceito pelo TJRJ em janeiro de 2023. Isso levou à suspensão das execuções de dívidas e à abertura de prazo para a elaboração de um plano de pagamento aos credores, além de uma reorganização administrativa para evitar uma falência.

O Grupo Americanas engloba diversas empresas, como as Lojas Americanas, Americanas.com, Submarino, Shoptime, entre outras. Com a revisão dos dados financeiros em novembro passado, foi identificado um rombo de R$ 25,2 bilhões e dívidas totalizando R$ 42,5 bilhões no processo de recuperação fiscal.

Após a rejeição das primeiras propostas, o plano de recuperação foi aprovado em dezembro, estabelecendo prazos e modalidades de pagamento para os mais de 9 mil credores da empresa. Um acordo com quatro bancos permitiu à Americanas receber um incremento de capital de R$ 24 bilhões, com uma parte proveniente dos acionistas de referência e outra dos bancos.

As empresas Preserva-Ação Administração Judicial e Escritório de Advocacia Zveiter foram nomeadas para administrar judicialmente o processo de recuperação. A Americanas informou que manterá os acionistas e credores informados sobre os próximos passos, conforme divulgado em seu portal eletrônico.

Além disso, o balanço da Americanas do terceiro trimestre de 2023 revelou novos prejuízos, totalizando um saldo negativo de R$ 4,61 bilhões nos nove primeiros meses do ano passado. A decisão do juiz Paulo Assed Estefan em homologar o plano de recuperação judicial destacou a complexidade do caso e a superação das divergências na construção do consenso. O Ministério Público do Rio de Janeiro também se posicionou favorável à homologação.

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