JUSTIÇA – Gilmar Mendes Mantém Exclusividade da PGR em Pedidos de Impeachment de Ministros do STF e Rejeita Reconsideração da AGU

Na última quinta-feira, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu pela rejeição do pedido feito pela Advocacia-Geral da União (AGU), que solicitava a reconsideração de uma decisão anterior. Mendes havia determinado que apenas a Procuradoria-Geral da República (PGR) tem a competência para solicitar o impeachment de ministros da Corte, consolidando um importante posicionamento sobre a separação e o equilíbrio entre os poderes.

Essa questão ganhou destaque após uma petição enviada pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, na qual ele argumentou que o processo de impeachment poderia ser uma ferramenta legítima para o Senado, integrando assim uma dinâmica de supervisão mútua entre os diferentes poderes da República. Contudo, Mendes discordou veementemente dessa perspectiva. Em sua análise jurídica, o ministro afirmou que não existem meios recursais disponíveis para os casos como o apresentado, exceto aqueles expressamente previstos na legislação. Segundo ele, a legislação é taxativa em relação aos tipos de recursos e, portanto, não cabe às partes criarem mecanismos de contestação não reconhecidos pelo ordenamento jurídico.

Gilmar Mendes também se pronunciou sobre a responsabilidade dos ministros do STF, enfatizando que a responsabilização deve estar em conformidade com a Constituição Federal. Segundo Mendes, a liminar que concedeu se fundamenta em princípios constitucionais e se mostra essencial para evitar um contexto que contraria a norma maior do país. Essa afirmação evidencia a preocupação do Judiciário em manter sua independência e a integridade do sistema democrático.

A decisão de Mendes surgiu a partir de um processo protocolado pelo partido Solidariedade e pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que levantou a discussão sobre a validade e a aplicação de processos de impeachment em relação aos ministros da mais alta Corte do Brasil. A liminar será analisada pelos demais ministros do STF em uma sessão virtual agendada para o dia 12 de dezembro, o que promete aprofundar ainda mais o debate sobre os limites e as funções de cada instituição na estrutura política brasileira.

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