Durante seu discurso, Mendes fez uma observação que provocou risos na plateia ao mencionar a possibilidade de estar comunicando suas reflexões em capitais como Roma, Paris ou Lisboa, mas não em Washington, onde a tensão diplomática parece ter se intensificado. Essa ironia ilustra a frustração com as recentes ações do governo americano, que parecem ir na contramão do diálogo entre nações.
Em um panorama mais amplo, é importante lembrar que, no mês anterior, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, havia anunciado a revogação dos vistos de Alexandre de Moraes, relator de ações penais sobre uma suposta trama golpista vinculada ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa medida foi seguida pela implementação da chamada Lei Magnitsky contra Moraes, que impõe sanções a indivíduos considerados culpados de violar direitos humanos.
Gilmar Mendes, em suas declarações, reafirmou seu apoio a Moraes, destacando a gravidade dos desafios enfrentados pelas instituições brasileiras. A revogação dos vistos e a aplicação de sanções geraram uma onda de repercussões tanto no âmbito jurídico quanto no político, evidenciando a complexidade das relações entre o Brasil e os Estados Unidos, especialmente em um momento em que a política interna brasileira se encontra sob o olhar atento do mundo. Os desdobramentos desse episódio devem ser acompanhados de perto, uma vez que revelam não apenas as divergências entre os dois países, mas também os desafios enfrentados pela democracia brasileira em um cenário global cada vez mais conturbado.