A Polícia Federal realizou uma perícia no celular do general Mauro César Lourena Cid, pai do coronel que trabalhava com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante a perícia, foram encontradas mensagens trocadas via aplicativo de mensagens, as quais foram apagadas e recuperadas pela PF. O conteúdo das mensagens tratava do desvio de joias por parte de Bolsonaro em agosto de 2023. Braga Netto estava salvo na agenda do general Lourena Cid como “Walter BN”.
Outras mensagens recuperadas revelaram uma intensa troca de informações, incluindo uma conversa em setembro em que o general Mário Fernandes comunicou ao coronel reformado Jorge Kormann que os pais de Mauro Cid contataram Braga Netto e Augusto Heleno, ex-ministro da gestão Bolsonaro, para desmentir a divulgação da delação pela imprensa.
Ao tentar obter informações do acordo através de familiares do coronel Cid, Braga Netto acabou sendo implicado na prisão. Adicionalmente, uma folha contendo perguntas supostamente feitas por Braga Netto e respostas atribuídas a Mauro Cid foi encontrada na sede do Partido Liberal, em Brasília, junto ao coronel Flávio Peregrino.
A PF argumenta que Braga Netto agiu para tentar manipular informações e influenciar o alinhamento das versões entre os investigados. Em depoimento, Mauro Cid negou ter escrito as respostas, o que levou a crer que intermediários poderiam estar tentando obter informações dele de forma não oficial.
As novas provas indicam a atuação criminosa de Braga Netto, evidenciando que o candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022 financiou a operação “Punhal Verde e Amarelo”, um plano golpista elaborado por militares para impedir a posse do presidente Lula. A PF descobriu que o general repassou dinheiro ao então major Rafael de Oliveira em uma sacola de vinho para financiar despesas necessárias à operação.
Todas essas revelações apontam para a liderança, organização e financiamento de Braga Netto em ações ilícitas, incluindo a possibilidade de um golpe de Estado e a detenção ilegal e possível execução do ministro Alexandre de Moraes. O papel do general na tentativa de embaraçar as investigações é evidente, conforme afirmou o ministro do STF.
A defesa de Braga Netto ainda não se pronunciou sobre as acusações. A situação segue em desenvolvimento e novas informações podem surgir à medida que a investigação progrida.