Na manifestação, enviada ao STF no último sábado, a Fiep defende que sua participação no processo contribuirá para enriquecer o debate sobre o tema. De acordo com a entidade, a indústria representa 25,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e é uma das principais fontes de arrecadação de impostos. A federação argumenta que o conhecimento especializado que possui sobre as implicações de decisões financeiras pode ser valioso na análise judicial em andamento.
O PSOL, que compõe a base governista, alega que embora a Constituição permita ao Congresso sustar atos do Executivo, essa suspensão deve se dar apenas em situações de “exorbitância do poder regulamentar”. Para os parlamentares, a mudança nas alíquotas do IOF feita pelo decreto não extrapola os limites argumentados, ressaltando que a revogação não foi justificada de forma adequada pelo Legislativo.
Na ação, o PSOL menciona um precedente do STF que declarou inconstitucional decretos legislativos editados em condições semelhantes, referindo-se ao julgamento da ADI 5744, que pode ser um importante argumento a favor da derrubada da deliberação do Congresso.
O caso foi inicialmente distribuído ao ministro Gilmar Mendes, que, no entanto, opinou que a apreciação deveria ficar a cargo de Alexandre de Moraes, relator de outras ações correlatas. A decisão final sobre a liderança do processo caberá ao presidente do STF, Luís Roberto Barroso.
O decreto em questão era parte de uma série de medidas do Ministério da Fazenda destinadas a aumentar a arrecadação e atender às metas fiscais do governo. Recentemente, Lula editou um decreto que visava aumentar o IOF em operações de crédito, seguros e câmbio, porém, devido à pressão política, o governo recuou, editando uma medida provisória que previa também o aumento de tributos sobre empresas de apostas, além de cortes significativos em gastos.
Essas movimentações refletem a complexidade do cenário político-econômico atual e enfatizam as tensões entre o Executivo e o Legislativo, além da relevância das decisões do STF em moldar o ambiente de governança no Brasil.