A data do julgamento definitivo ainda não foi marcada. Os depoimentos dos réus tiveram início em 21 de outubro, com testemunhas arroladas pelas defesas e pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sendo ouvidas em setembro.
O último depoimento foi do major da Polícia Militar Ronald Alves de Paula, que negou ter monitorado a rotina de Marielle antes do assassinato. O militar, preso em Brasília, afirmou não conhecer a vereadora nem ter qualquer ligação com o crime. Ele declarou que passou o dia do assassinato em um curso de formação da PM e se proclamou inocente das acusações.
Além de Ronald, os réus no processo são o deputado federal Chiquinho Brazão, o conselheiro do Tribunal de Contas Domingos Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa e o ex-assessor de Domingos, Robson Calixto. Todos são acusados de homicídio e organização criminosa, e permanecem presos por ordem de Alexandre de Moraes.
Durante os depoimentos, os irmãos Brazão e Rivaldo Barbosa negaram envolvimento no assassinato. Segundo a investigação da Polícia Federal, o crime está relacionado ao posicionamento contrário de Marielle aos interesses do grupo político dos Brazão, ligado a questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio.
Ronnie Lessa, autor dos disparos contra a vereadora segundo sua delação premiada, apontou os Brazão como mandantes do crime. Lessa e Élcio Queiroz, acusado de dirigir o carro utilizado no assassinato, serão julgados em júri popular nesta quarta-feira. O Ministério Público defende a condenação dos acusados a 84 anos de prisão.