JUSTIÇA – Fachin assume presidência do STF nesta segunda, focado em julgamentos sociais e evitando polêmicas; primeira sessão trata da “uberização” do trabalho.

Nesta segunda-feira, às 16h, o ministro Edson Fachin assume a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) para um mandato que se estenderá por dois anos. Ele sucede Luís Roberto Barroso, que encerrará seu período na liderança da Corte. O novo presidente foi eleito no mês passado de forma simbólica e, como é tradição, sua ascensão se dá pelo critério de antiguidade. Fachin, atualmente vice-presidente do STF, é o ministro mais antigo que ainda não comandou a instituição, conforme estabelece o regimento interno.

A cerimônia de posse contará com a presença de autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre. Em uma decisão que demonstra seu estilo mais reservado, Fachin optou por não realizar a tradicional festa de posse, que é financiada por associações de magistrados. Essa escolha ressalta sua abordagem contida e foco nas funções judiciais.

A expectativa em relação ao novo presidente é que ele mantenha um perfil discreto, evitando polêmicas na imprensa e embates diretos com políticos. Fontes próximas a Fachin indicam que sua gestão se destacará pela condução cuidadosa de julgamentos que impactam a sociedade de maneira significativa. Na próxima quarta-feira, durante a primeira sessão sob sua liderança, o STF iniciará o julgamento sobre a relação trabalhista de motoristas e entregadores de aplicativos, tema que abrange a “uberização” do trabalho.

Edson Fachin, natural de Rondinha, no Rio Grande do Sul, é um profissional respeitado no meio jurídico, tendo se formado em direito pela Universidade Federal do Paraná. Desde sua posse no STF em 2015, Fachin tem se destacado em diversos casos de relevância nacional, incluindo sua atuação nas investigações da Operação Lava Jato e em ações que buscam direitos de populações indígenas e minorias.

O vice-presidente da Corte será o ministro Alexandre de Moraes, também com um histórico notável. Formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Moraes foi indicado por Michel Temer em 2017 e trouxe consigo uma vasta experiência em segurança pública e administração política no estado de São Paulo.

Com a transição de liderança no STF, Fachin se prepara para enfrentar desafios que demandam sensibilidade e rigor judicial em tempos de polarização política e social.

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