Durante o depoimento, França foi indagado pelo advogado de Bolsonaro se houve qualquer solicitação para a elaboração de estudos sobre a implementação de medidas como estado de sítio ou operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). De maneira categoricamente enfática, o ex-subchefe declarou que não recebeu nenhum pedido associado a esses temas, reafirmando que “nada foi demandado” por parte do ex-presidente.
Além disso, na mesma sessão de depoimentos, o general Gustavo Henrique Dutra, ex-comandante do Comando Militar do Planalto, também fez suas considerações. Ele relatou ter participado de uma reunião com o então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, em 6 de janeiro de 2023. O encontro teve como foco a retirada de pessoas em situação de rua que ocupavam um acampamento próximo ao quartel do Exército em Brasília. Para o general, o encontro foi apenas um “cafezinho de cortesia”, e a situação era crítica, com cerca de duzentas pessoas vulneráveis presentes no local.
Esses depoimentos fazem parte de um processo que ainda ouve diversas testemunhas de defesa relacionadas ao que foi intitulado como o Núcleo 1 da trama golpista. Vinte e cinco testemunhas já foram ouvidas, sendo que o senador Rogério Marinho, do PL do Rio Grande do Norte, será o último a prestar depoimento na próxima segunda-feira, 2 de outubro.
No contexto mais amplo, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras sete pessoas que compõem o núcleo essencial da trama enfrentam uma série de acusações graves. As denúncias incluem suposta organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, o que destaca a seriedade das alegações contra essas figuras proeminentes do governo anterior. O processo permanece em andamento, e a expectativa em torno dos desdobramentos aumenta à medida que mais informações vêm à tona.