JUSTIÇA – Ex-presidente Jair Bolsonaro é condenado por tentativa de golpe em decisão histórica do STF, repercutindo amplamente na imprensa internacional.

A recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, por sua tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, marca um novo capítulo na história política brasileira e reverbera intensamente na mídia internacional. Com um veredicto decidido por quatro votos a um, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Bolsonaro e mais sete aliados por envolvimento em uma trama golpista. O julgamento, iniciado na semana passada e que se estendeu por cinco dias, culminou com a participação decisiva da ministra Carmen Lúcia, que se juntou ao presidente do colegiado, ministro Cristiano Zanin, além dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, todos favoráveis à condenação.

Os principais jornais do mundo estão cobrindo extensivamente o caso. O The New York Times destaca que os ministros da Suprema Corte consideram que Bolsonaro tentou se perpetuar no poder, mesmo após sua derrota nas eleições de 2022. O tom da reportagem é alarmante, mencionando a possibilidade de uma pena significativa, que poderia somar décadas de prisão, dado o peso das acusações.

Na Europa, o britânico The Guardian não fica atrás e relata a condenação sob o prisma da gravidade da conspiração, considerando o ex-presidente culpado por intentar um golpe militar. O jornal francês Le Monde também comentou sobre o caso, ressaltando a posição de Bolsonaro como líder de uma “organização criminosa” que tentou manter-se à frente do poder, apesar da derrota para Luiz Inácio Lula da Silva.

Além dos veículos norte-americanos e europeus, a repercussão é global. No contexto sul-americano, o espanhol El País avaliza a decisão do STF como um passo contra a impunidade, enquanto o argentino Clarín, enfatiza o risco de Bolsonaro enfrentar mais de 40 anos de prisão.

Outros réus, incluindo indivíduos com conexão estreita ao ex-presidente, também foram condenados por crimes relacionados à associação criminosa armada e tentativa de golpe. No entanto, um dos acusados, Alexandre Ramagem, teve suas penas minimizadas em comparação aos demais.

O tempo de pena dos condenados ainda não foi definido, mas as estimativas sugerem que podem ser impostas sentenças severas. Por outro lado, o único voto contra a condenação foi proferido pelo ministro Luiz Fux, que optou pela absolvição de vários réus, gerando uma divisão no colegiado.

Esses eventos revelam um momento crítico para a democracia brasileira, provocando discussões profundas sobre a resiliência das instituições e a resposta da sociedade. A condenação de um ex-presidente provocará, sem dúvida, reflexões que ecoarão no Brasil e além de suas fronteiras.

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