O sigilo do relatório da PF, que indiciou Bolsonaro e mais 36 pessoas por golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, foi levantado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe. De acordo com as informações contidas no relatório, foi identificado um plano de fuga elaborado em 2021, que seria acionado caso as investidas de Bolsonaro contra o Poder Judiciário e o regime democrático resultassem em ameaça à sua liberdade.
Durante as investigações, a PF encontrou no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, uma apresentação de PowerPoint com estratégias para implantação de uma rede de auxílio à fuga, incluindo o uso de armamento para garantir a evasão em caso de descumprimento de decisões do STF. O plano de fuga de 2021 foi adaptado após o grupo não conseguir implementar o golpe de Estado em 2022.
Segundo o relatório da PF, após Bolsonaro não obter o apoio das Forças Armadas para a consumação da ruptura institucional, ele decidiu deixar o país para evitar uma possível prisão e acompanhar os desdobramentos dos atos golpistas planejados. Em coletiva de imprensa, Bolsonaro negou qualquer envolvimento em planos golpistas, afirmando que sempre agiu dentro dos limites da Constituição.
A Agência Brasil está em busca de contato com a defesa de Bolsonaro para incluir o posicionamento do ex-presidente. A situação continua sendo acompanhada de perto, com repercussões políticas e jurídicas.
