Em um dos depoimentos dados no ano passado à Polícia Federal, Lessa mencionou que foi difícil monitorar a rotina da vereadora por três meses antes do assassinato. Ele afirmou que Marielle frequentava um bar de difícil acesso, assim como sua residência. Após algumas tentativas fracassadas, Lessa e seus comparsas procuraram outras alternativas para alcançar seu objetivo.
Além disso, o ex-policial revelou que receberia um loteamento em troca da execução de Marielle. A promessa teria sido feita por Edmilson Macalé, que trabalhava em conjunto com Robson Calixto, conhecido como Peixão. Macalé foi assassinado em 2021, corroborando a periculosidade do ambiente que envolve o caso.
Após cometer o crime, Lessa relatou que foi a um bar assistir a um jogo do Flamengo para, de acordo com ele, agir de maneira normal e disfarçar suas verdadeiras intenções. A divulgação dos depoimentos ocorreu após o ministro Alexandre de Moraes retirar o sigilo das oitivas que ainda não haviam sido divulgadas.
Os depoimentos fazem parte da primeira parte da delação premiada de Lessa, liberada em março deste ano após a prisão dos envolvidos no crime. Ele apontou os irmãos Brazão, Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, como os mandantes do assassinato da vereadora Marielle. Todos os envolvidos estão presos, e as defesas negam as acusações feitas por Lessa.
Dessa forma, os depoimentos de Ronnie Lessa continuam a revelar detalhes chocantes sobre a execução de Marielle Franco e Anderson Gomes, contribuindo para a elucidação desse crime que chocou o país em 2018.