O general, que é um dos réus no processo em andamento, foi convocado a prestar esclarecimentos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação. Ele é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de apoiar tentativas de deslegitimar o sistema eleitoral e de buscar apoio entre os comandantes das Forças Armadas para um plano que visava alterar o resultado das eleições. Nogueira admitiu que participou de uma reunião com Bolsonaro na qual foram discutidos estudos sobre tal medida, mas negou ter apresentado qualquer minuta específica que sugerisse um golpe.
Em seu depoimento, Nogueira destacou que, após a reunião, tanto ele quanto o ex-comandante do Exército, Freire Gomes, saíram “preocupadíssimos” com o que poderia ocorrer se a situação avançasse. Ele enfatizou a seriedade da situação e argumentou sobre as consequências de qualquer ato que visasse um estado de defesa ou de sítio.
Além disso, o ex-ministro também rejeitou a acusação de que teria sofrido pressão do ex-presidente para modificar o relatório de auditoria das urnas eletrônicas usadas nas eleições de 2022. De acordo com Nogueira, as conclusões apresentadas foram baseadas em análises técnicas feitas por especialistas das Forças Armadas. Em um gesto de contrição, ele pediu desculpas publicamente a Moraes por críticas infundadas que havia feito a respeito das urnas eletrônicas e ao trabalho do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O processo ainda está em andamento, e o relator Alexandre de Moraes segue ouvindo os réus, com a expectativa de que o julgamento final ocorra no segundo semestre deste ano. O ex-presidente e demais acusados, se condenados, podem enfrentar penas superiores a 30 anos de prisão. O último a depor será Walter Braga Netto, general e ex-ministro, que está preso e irá se apresentar por videoconferência. A tensão política e judicial em torno do caso continua a atrair a atenção da sociedade e das instituições brasileiras.