A fuga de Vasques provocou uma rápida reação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que recebeu informações sobre o incidente e imediatamente decretou a prisão do ex-diretor. Vasques já enfrentava graves acusações, tendo sido condenado a 24 anos e 6 meses de prisão no contexto da chamada trama golpista. Até então, ele cumpria pena em casa, monitorado por uma tornozeleira eletrônica.
De acordo com relatos da PF, o sinal da tornozeleira foi perdido por volta das 3 horas da madrugada de quinta-feira. Ao verificarem o apartamento de Vasques em São José, Santa Catarina, os agentes constataram sua ausência. Analisando as imagens do circuito fechado de TV do prédio, descobriram que ele havia estado em sua residência até as 19h22 do dia anterior. As filmagens mostram Vasques carregando bolsas no porta-malas de um veículo, enquanto usava roupas casuais.
Além disso, a PF indicou que a fuga provavelmente ocorreu com a ajuda de um carro alugado, evidenciando um plano elaborado para escapar da vigilância. Após sua detenção no Paraguai, a polícia brasileira confirmou que Vasques será enviado de volta ao Brasil para enfrentar os processos legais dentro do país.
As acusações contra o ex-diretor giram em torno de um esquema de manipulação das eleições, onde ele foi apontado como responsável pela realização de blitzes em áreas onde Luiz Inácio Lula da Silva tinha maior apoio, usando essas operações para dificultar o acesso dos eleitores às urnas e beneficiar o então presidente Jair Bolsonaro.
Vasques havia sido preso preventivamente em agosto de 2023, mas obteve liberdade provisória sob condições rigorosas, incluindo o uso da tornozeleira e o cancelamento do seu passaporte. A fuga expõe não apenas uma violação da ordem judicial, mas também levanta sérias questões sobre a eficácia das medidas de monitoramento em casos de alta notoriedade.
