TH Joias foi encontrado em um luxuoso condomínio na Barra da Tijuca, um dos bairros mais nobres do Rio de Janeiro. As investigações indicam que ele mantinha ligações diretas com líderes do Comando Vermelho nas comunidades do Complexo do Alemão, Maré e Parada de Lucas. Além do tráfico de armas, TH Joias também teria se envolvido na negociação de drogas e equipamentos para dronagem, com o objetivo de dificultar as ações da polícia nas áreas dominadas pela facção.
O desembargador federal Macario Neto, que analisou o caso, destacou movimentações financeiras anômalas na conta de TH Joias e de sua esposa, Jessica de Oliveira Lima, que juntos movimentaram mais de R$ 13 milhões entre 2021 e 2023. A maior parte dessas transações foi registrada nas contas de Jessica, com valores que variavam de R$ 440 mil a R$ 1,9 milhão. O magistrado mencionou que as movimentações financeiras eram incompatíveis com a capacidade financeira do casal, sugerindo uma tentativa de burlar a identificação dos remetentes em um sistema financeiro que parecia ser mal utilizado.
A investigação revelou ainda que Jessica compartilha o acesso bancário com TH Joias, o que levanta suspeitas sobre a verdadeira autoria das movimentações financeiras. Eles possuem empresas, como TH Joias e Açougue BR, que possivelmente serviram como fachada para a realização de transferências ilegais. O total de créditos movimentados na conta de Jessica ultrapassa R$ 8,1 milhões.
Junto a TH Joias, foram detidos outros indivíduos, incluindo o ex-secretário de Esportes do estado, Alessandro Pitombeira Carracena, e vários policiais militares do Rio de Janeiro. O desembargador Macario Judice Neto determinou que alguns dos presos, considerados de alta periculosidade, serão transferidos para o sistema penitenciário federal de segurança máxima. Segundo ele, esses indivíduos possuem um elevado potencial de interferir na justiça, seja por meio de coerção ou corrupção, e têm um histórico de atividades que visam facilitar a continuidade de suas operações criminosas.