Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro e é um dos principais réus do caso em questão, revelou que era comum para o ex-presidente requisitar o monitoramento de adversários políticos. Ele esclareceu que a ordem de monitoramento foi repassada ao coronel Marcelo Câmara, outro ex-assessor de Bolsonaro e também apontado nas investigações. Em suas declarações, Cid enfatizou que não se tratava de uma análise de inteligência, mas sim de uma busca de informações a partir de agendamentos e dados fornecidos pela Força Aérea.
Além desse tópico, Mauro Cid também abordou questões relacionadas à minuta de um golpe que visava instituir um estado de sítio, na tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022. Essa confirmação lança nova luz sobre as ações e estratégias adotadas pela administração anterior diante do cenário eleitoral conturbado.
Os interrogatórios no STF estão programados para seguir até sexta-feira, dia 13, com a participação de figuras-chave envolvidas em uma suposta trama para minar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, o atual presidente. Além de Bolsonaro, outros sete réus, incluindo o general Walter Braga Netto e diversos ex-ministros do governo anterior, serão ouvidos por Alexandre de Moraes, que é o relator do caso.
A sequência dos depoimentos foi organizada de forma a proporcionar um entendimento mais claro dos vínculos e das ações que configuram o chamado “núcleo crucial” do plano que visava desestabilizar a nova administração. O desdobramento dessas audiências pode ter repercussões significativas no cenário político brasileiro, à medida que se busca elucidar as tentativas de subversão da ordem democrática.