JUSTIÇA – Ex-CEO do Grupo Americanas, Miguel Gutierrez, tem mandado de prisão revogado pela Justiça após decisão da Segunda Turma do TRF2

O ex-CEO do Grupo Americanas, Miguel Gutierrez, teve um desfecho favorável em sua situação judicial. A Segunda Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) concedeu um habeas corpus em seu favor, revogando assim o mandado de prisão contra ele. O executivo, que possui dupla cidadania e reside em Madri, na Espanha, teve sua prisão decretada no âmbito da Operação Disclosure, da Polícia Federal, que investiga fraudes bilionárias na rede de comércio varejista.

Após ser detido em Madri, Gutierrez foi liberado pela Justiça espanhola e se comprometeu a cumprir medidas cautelares impostas pelo país europeu, como a entrega do passaporte e a apresentação periódica à Justiça local. As acusações do Ministério Público Federal apontam para a participação do ex-CEO em um esquema de fraude na contabilidade da empresa, que resultou em fraudes contábeis que superaram R$ 25 bilhões. No entanto, a defesa de Gutierrez nega as acusações.

O voto do relator, desembargador Flávio Lucas, reconheceu a existência de indícios que apontam a participação do investigado nas fraudes investigadas. No entanto, o magistrado aceitou a argumentação da defesa de que Gutierrez não tinha intenção de fugir, uma vez que ele deixou o país quase um ano antes da medida judicial contra ele. Além disso, mesmo morando no exterior, o ex-CEO prestou depoimentos por videoconferência à PF e à Comissão de Valores Mobiliários.

A decisão da Segunda Turma por unanimidade revogou o mandado de prisão de Gutierrez. No entanto, caso as medidas cautelares impostas na Espanha sejam descumpridas, a situação do ex-CEO pode ser revista pela Justiça brasileira. Outro alvo da Operação Disclosure, a ex-diretora da Americanas, Anna Cristina Ramos Saicali, também teve sua situação revista após retornar ao Brasil e entregar seu passaporte às autoridades.

Este desfecho marca um capítulo importante na trajetória judicial de Miguel Gutierrez e reforça a importância da cooperação entre autoridades nacionais e estrangeiras em casos de crimes transfronteiriços.

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