Na manhã desta terça-feira, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro determinou a soltura do mototaxista de aplicativo Thiago Marques Gonçalves e do estudante universitário Igor Melo de Carvalho. A decisão vem após Igor ser baleado por um policial militar reformado durante uma perseguição a um suposto assaltante na madrugada de segunda-feira. O estudante, atingido nas costas, sofreu ferimentos graves em órgãos como rim, baço, intestino e estômago, sendo internado em estado crítico no Hospital Estadual Getúlio Vargas.Segundo relatos da Polícia Militar e de conhecidos dos envolvidos, Igor estava saindo como passageiro de um mototáxi do bar onde trabalha, na região da Penha, zona norte do Rio de Janeiro, quando começou a ser perseguido por um carro de onde partiram os disparos. O condutor do veículo, um policial militar reformado, efetuou os tiros após sua esposa acusar o mototaxista de ter roubado seu celular.
A juíza Rachel Assad da Cunha, da 29ª Vara Criminal da Comarca da Capital, em sua decisão, destacou que a vítima teria atribuído aos custodiados a suposta prática do crime de roubo, o que motivou a ação do policial. Até o momento, a suposta arma do crime e o celular não foram encontrados com os envolvidos. No entanto, informações divulgadas pela mídia e adicionadas aos autos, reforçam a tese de que Igor teria apenas solicitado uma corrida via aplicativo, sendo Thiago o motorista que atendeu à solicitação.
Diante dos novos elementos apresentados, a juíza determinou a soltura dos acusados, enfraquecendo os indícios de autoria inicialmente atribuídos a eles. O caso segue em investigação para esclarecer os detalhes e desdobramentos do episódio que resultou na grave lesão do estudante universitário.