As alegações de Hilton se baseiam em imagens veiculadas por uma emissora de televisão, que mostram Ferreira utilizando seu aparelho celular na residência do ex-presidente na sexta-feira, dia 21. A deputada argumenta que essa ação contraria uma decisão judicial anterior que proibia especificamente o uso de celulares por terceiros na presença de Bolsonaro, conforme delineado na petição (PET 14.129/DF).
Essa visita se deu no dia anterior à tentativa de Bolsonaro de manipular sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda, circunstância que levou à sua prisão preventiva em razão do risco de fuga. Hilton publicou em sua rede social que a conduta de Ferreira poderia indicar uma instigação ou auxílio a um plano de evasão do ex-presidente, acentuando a gravidade da situação. Ela solicitou que fossem tomadas medidas para preservar as evidências, como a busca e apreensão do celular do deputado.
Por outro lado, Nikolas Ferreira se defendeu em suas redes sociais, afirmando que não recebeu nenhuma comunicação a respeito de restrições quanto ao uso do celular durante a visita. Ele criticou o uso de drones para filmar a residência de Bolsonaro, caracterizando como uma violação de privacidade e um comportamento antiético dentro do contexto jornalístico. Ferreira argumentou que a situação revela mais sobre a conduta da emissora do que sobre sua própria ação.
No entanto, a situação de Jair Bolsonaro ficou ainda mais complicada depois que ele foi preso pela Polícia Federal, uma medida determinada por Moraes, que citou a tentativa do ex-presidente de violar sua tornozeleira eletrônica e os convites feitos por seu filho, Flávio Bolsonaro, para vigilância na localidade. Na audiência de custódia realizada por videoconferência, Bolsonaro expressou que sentiu alucinações sobre a possibilidade de uma escuta em seu dispositivo de monitoramento, prevenção que culminou em sua controvertida tentativa de manipulação da tornozeleira.
Bolsonaro ainda mencionou que estava sob efeito de múltiplos medicamentos, o que, segundo ele, poderia ter provocado uma interação que o levaria a um estado de “certa paranoia”. A relação entre esses eventos levanta questões sobre a responsabilidade e os limites da política e do uso da tecnologia em tempos conturbados.
