A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Martins como um dos integrantes de uma suposta conspiração que visava manter Bolsonaro no poder mesmo após sua derrota nas eleições de 2022. Segundo as informações, ele seria parte de um chamado “núcleo 2” do plano, cuja responsabilidade incluía a elaboração de um decreto golpista. Chermont, ao ser interrogado como testemunha de defesa de Martins, enfatizou que o ex-assessor não estava na lista final de passageiros esperados para o voo presidencial e que não se encontrava na base aérea na data da partida.
Martins foi preso preventivamente em fevereiro de 2024 por ordem do ministro Alexandre de Moraes, relator de ações relacionadas ao golpe no STF. A Polícia Federal (PF) fundamentou a prisão com a alegação de que havia risco de fuga do país, destacando que Martins permaneceu detido por mais de seis meses antes de ser solto em agosto de 2024, sob medidas cautelares rigorosas que incluíam a proibição de uso de redes sociais e de dar entrevistas.
Um dos principais indícios apresentados pela PF em relação à tentativa de fuga de Martins foi uma lista de passageiros que estava na nuvem de dados de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e colaborador na delação sobre a trama golpista. Embora o nome de Martins figurasse nessa lista, não havia registros de sua saída ou entrada no país, o que levantou suspeitas sobre uma suposta tentativa de evasão disfarçada.
A defesa de Martins refuta as acusações de que ele teria planejado uma fuga e argumenta que a PF induziu o ministro Moraes a erro. Além disso, os advogados de Martins apontam irregularidades na obtenção de um suposto registro de entrada do ex-assessor nos Estados Unidos, o qual, segundo eles, teria sido falsificado. Para a base bolsonarista, esses acontecimentos são considerados evidências contundentes de irregularidades nos processos legais em curso relacionados à tentativa de golpe.