A ministra Rosa Weber, que havia se reunido com Mãe Bernadete no mês passado e ouviu relatos sobre a violência enfrentada pelas comunidades quilombolas, ressaltou a importância de se avançar no respeito aos direitos fundamentais, garantidos pela Constituição brasileira. “Fatos como esse mostram que nós temos um longo caminho a percorrer como sociedade no sentido de um avanço civilizatório”, declarou.
A ministra, que também preside o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), anunciou, antes do assassinato de Mãe Bernadete, a criação de um grupo de trabalho para propor a ampliação da atuação do Judiciário em casos envolvendo comunidades quilombolas. A iniciativa busca garantir uma maior proteção aos direitos dessas comunidades e punir os responsáveis por atos de violência.
Após o crime, o governo da Bahia decidiu revisar os protocolos de proteção dos defensores de direitos humanos. Além disso, a segurança dos ativistas do Quilombo Pitanga dos Palmares e de outras comunidades foi reforçada. Familiares de Mãe Bernadete foram retirados da comunidade e levados para locais seguros.
O assassinato de Mãe Bernadete está sendo investigado pela Polícia Civil. Ainda não há informações sobre os possíveis autores do crime. A líder quilombola deixou um legado de luta e resistência, e sua morte representa um duro golpe para a luta pelos direitos das comunidades quilombolas no Brasil.
Esse triste episódio traz à tona a necessidade de ações mais efetivas tanto do poder público, no sentido de garantir a segurança e proteção dessas comunidades, quanto da sociedade como um todo, no sentido de combater o racismo e o preconceito ainda presentes em nossa sociedade. A luta de Mãe Bernadete não pode ficar em vão, e é preciso que seu legado seja lembrado e valorizado, para que outras lideranças quilombolas possam continuar sua importante missão de lutar pelos direitos e pela valorização da cultura afro-brasileira.