O julgamento teve início na semana anterior e culminou na proclamação oficial do resultado, que foi divulgado pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. Com essa decisão, abre-se um processo penal contra o deputado, permitindo que ele apresente sua defesa ao longo da instrução, o que inclui a possibilidade de indicar testemunhas e apresentar provas que julgar pertinentes.
Eduardo Bolsonaro foi denunciado em setembro em um inquérito que investigava sua atuação em colaboração com o governo dos Estados Unidos, com o intuito de promover ações que poderiam impactar negativamente as exportações brasileiras, além de tentar influenciar a suspensão de vistos de ministros do governo federal e do STF. O deputado, que atualmente se encontra nos Estados Unidos, pediu uma licença do mandato por 120 dias, a qual se encerrou em 20 de julho. Desde então, ele não compareceu a sessões da Câmara e corre o risco de ter seu mandato cassado devido às faltas.
Após a aceitação da denúncia, Eduardo Bolsonaro tomou a rede social para criticar a decisão, referindo-se ao voto de Alexandre de Moraes como um exemplo de “caça às bruxas”. Em sua postagem, ele expressou preocupação com o que considera uma perseguição política, afirmando que outros candidatos, até mesmo seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, estariam sujeitos ao mesmo tratamento. Ele questionou por que o ministro não utilizou os canais oficiais para se comunicar com as autoridades norte-americanas sobre sua situação.
A defesa do parlamentar foi conduzida pela Defensoria Pública da União (DPU). Durante a investigação, apesar de ter sido notificado, Eduardo Bolsonaro não contratou um advogado nem apresentou defesa formal. A movimentação no STF reflete a continuidade da tensão política e judicial que envolve figuras influentes da política brasileira nos últimos anos.
