JUSTIÇA –

Eduardo Bolsonaro Intensifica Práticas Ilícitas Após Medidas Contra Pai, Afirma Ministro Alexandre de Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez uma declaração contundente neste sábado, revelando que o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem adotado uma postura de intensificação de práticas ilícitas desde que medidas cautelares foram aplicadas ao seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre essas medidas, destaca-se a imposição de uma tornozeleira eletrônica ao ex-mandatário, ação que gerou amplas repercussões no cenário político brasileiro.

O despacho do ministro Moraes exige que a Polícia Federal (PF) reúna evidências, como postagens e entrevistas de Eduardo, realizadas após o anúncio das restrições impostas ao ex-presidente. Moraes expressou sua preocupação ao afirmar que, após as ações de busca e apreensão, assim como a implementação de cautelares contra Jair Bolsonaro, Eduardo intensificou suas ações ilícitas, incluindo ataques diretos ao STF por meio das redes sociais. Essas declarações marcam a primeira manifestação formal do ministro sobre o tema desde que os Estados Unidos decidiram revogar os vistos de Moraes, de familiares e aliados da corte.

No dia anterior, Jair Bolsonaro colocou a tornozeleira eletrônica, em cumprimento a ordem de Moraes. O ex-presidente se viu restrito a não deixar sua residência durante as noites e fins de semana, além de ser proibido de se comunicar com Eduardo e de se aproximar de embaixadas. As medidas foram estabelecidas em um contexto no qual Bolsonaro enfrentava uma investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre possíveis crimes, como coação e obstrução de Justiça, que poderiam afetar a integridade do Estado Democrático.

Durante as buscas em sua residência e no escritório político em Brasília, a PF apreendeu valores em dinheiro e um pen drive escondido em um banheiro, levantando a suspeita de que o ex-presidente estava tentando ocultar informações relevantes. Além disso, a decisão de Moraes menciona um potencial risco de fuga, uma vez que foi revelado que Bolsonaro havia enviado grandes quantidades de dinheiro a Eduardo, que reside nos Estados Unidos.

A complexidade do caso se agrava pelo contexto internacional, com Eduardo se envolvendo em atividades nos EUA, buscando apoio para a imposição de sanções contra autoridades brasileiras, conforme relatórios da PF e da PGR. Este alegado movimento é parte de uma estratégia para pressionar a Justiça brasileira a abandonar a ação penal que envolve Jair Bolsonaro, atribuindo a ele uma “caça às bruxas”.

Em resposta às medidas restritivas, Jair Bolsonaro expressou sua indignação e considerou a imposição da tornozeleira como uma tentativa de humilhá-lo. Ele negou qualquer intenção de fuga para escapar de possíveis condenações, enquanto sua defesa manifestou surpresa e indignação diante das determinações consideradas severas, alegando que até o momento, o ex-presidente sempre cumpriu com as exigências do Judiciário.

A situação reflete não apenas questões jurídicas, mas também tensões políticas significativas, à medida que Estados Unidos e Brasil se veem enredados em um complexo cruzamento de interesses e ações que podem afetar a estabilidade política e social do país.

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