Justiça do Trabalho anula eleição para presidente da Faesp em São Paulo em meio a disputa política acirrada



A Justiça do Trabalho determinou a anulação da eleição para a presidência da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), que seria realizada em dezembro, e elegeu Tirso Meirelles, filho do presidente da entidade, Fábio Meirelles. A decisão foi tomada após uma ação movida pelo fazendeiro Paulo Junqueira, com o apoio de aliados do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).

Segundo a juíza do trabalho, Marcia Ishirugi, a Faesp não permaneceu aberta por 8 horas diárias durante os cinco dias em que as candidaturas poderiam ser registradas, contrariando o estatuto da entidade. A eleição foi marcada para 4 de dezembro, com Tirso como único candidato.

Paulo Junqueira, que tentou registrar uma chapa de oposição, acusa Tirso Meirelles de ter utilizado seu poder na vice-presidência da entidade para inviabilizar a oposição. Tirso é filho do presidente da organização, Fábio Meirelles, que está há 48 anos no cargo.

Além do imbróglio judicial, a preferência de aliados do governador por Junqueira tem relação com desentendimentos entre membros da gestão e o adversário de Junqueira, Tirso Meirelles, que ocupava o comando do Sebrae-SP durante a transição. Na época, Tirso barrou a tentativa do governo de nomear Guilherme Campos para a superintendência do órgão.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo reúne mais de 200 sindicatos espalhados pelo Estado e ostenta um orçamento anual de R$ 60 milhões. A entidade é acionista da Agrishow, principal feira do setor no país.

O apoio de Junqueira a Tarcísio de Freitas não se restringe à disputa pela Faesp. Junqueira doou valores significativos para as campanhas do governador Tarcísio e do ex-presidente Bolsonaro em 2022. Sua residência em Orlando, na Flórida, já abrigou Bolsonaro por um período e ele também ofereceu um almoço ao ex-presidente em sua fazenda durante a Agrishow.

A batalha pela presidência da Faesp ganhou contornos políticos e judiciais, revelando as tensões e interesses em jogo dentro da entidade e no governo estadual. A anulação da eleição e a convocação de uma nova votação sinaliza uma nova rodada de confrontos e disputas de interesse no setor agropecuário paulista.

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