Os desembargadores Marcos Pinto da Cruz, José da Fonseca Martins Júnior e Fernando Antonio Zorzenon da Silva foram sentenciados a pesadas penas. Marcos Pinto da Cruz foi condenado a 20 anos e três meses de prisão, enquanto José da Fonseca Martins Júnior e Fernando Antonio Zorzenon da Silva receberam a sentença de 16 anos e três meses, todos em regime inicial fechado. Os crimes pelos quais foram considerados culpados incluem associação criminosa, peculato, corrupção passiva e ativa, e lavagem de dinheiro.
O desfecho do julgamento também absolveu o desembargador Antonio Carlos de Azevedo Rodrigues de todas as acusações, por unanimidade. Todos os desembargadores envolvidos na operação estão afastados de suas funções e permanecerão assim até que a ação penal não admita mais recursos, conforme decisão do STJ. Além disso, para os três condenados, foi determinada a perda do cargo público.
Segundo a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, os desembargadores condenados estavam envolvidos em um esquema de corrupção que cobrava propina em troca de decisões judiciais favoráveis a organizações sociais e empresas com pendências trabalhistas e tributárias. Os valores recebidos indevidamente chegam a cerca de R$ 1,8 milhão. Este esquema é um desdobramento do escândalo que culminou no impeachment do ex-governador Wilson Witzel.
Durante o julgamento, a relatora ministra Nancy Andrighi destacou que as extensas evidências apresentadas no processo, incluindo áudios de interceptações telefônicas, não deixam dúvidas sobre a prática dos crimes. Ela ressaltou que o esquema de corrupção no TRT-1 era estrutural e visava à venda de decisões judiciais em troca de propina.
As defesas dos acusados sempre defenderam a inocência dos desembargadores, alegando perseguição de natureza política. A Agência Brasil tentou contato com os advogados dos desembargadores condenados, porém, não obteve sucesso até o momento.
Este caso representa mais um capítulo de corrupção que abala as estruturas do sistema judiciário brasileiro, evidenciando a importância de combater firmemente práticas ilícitas e garantir a integridade e a isenção do poder judiciário.