O cerne da controvérsia está nas palavras de Tarcísio, que se manifestou durante atos realizados no último domingo, em defesa da anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em seu discurso, o governador disparou críticas contundentes contra o ministro Moraes, afirmando que “ninguém aguenta mais a tirania de Moraes” e que não aceitaria ter seus atos ditados por um “ditador”. Tais declarações se inserem em um contexto de crescente polarização política e desafiam diretamente a autoridade do Judiciário.
O pedido do deputado Falcão foi direcionado a Moraes, que é responsável por relatar processos relacionados a supostas tentativas de golpe de Estado. Moraes enfrenta agora a decisão de arquivar o pedido ou encaminhá-lo à Procuradoria-Geral da República, que pode dar seguimento às acusações.
Em sua argumentação, Falcão destaca que as declarações do governador buscam deslegitimar as decisões do STF e intimidar os ministros em meio a um momento decisivo para a manter a ordem democrática no país. O deputado também salientou que a manifestação não se limita à liberdade de expressão, enfatizando que a utilização do termo “ditador” para descrever um membro do Judiciário representa uma agressão institucional que visa instigar a desobediência a decisões judiciais.
“É inaceitável que um governante, com a responsabilidade de administrar o maior Estado da federação, emita tais declarações, que não são meramente críticas, mas um ataque à legitimidade das instituições”, disse.
Por sua vez, a assessoria do governador Tarcísio de Freitas foi contatada pela imprensa, mas ainda não se manifestou publicamente sobre a controvérsia. O espaço permanece aberto para que a gestão estadual apresente sua versão dos fatos em resposta às acusações do deputado Falcão. A situação revela a tensão entre os poderes Executivo e Judiciário em um cenário político já fragilizado.