JUSTIÇA – Deputado Carlos Jordy é alvo de mandado de busca em operação da PF sobre atos antidemocráticos e tentativa de golpe de Estado.



Nesta quinta-feira (18), a Polícia Federal (PF) executou um mandado de busca e apreensão em endereços ligados ao deputado Carlos Jordy (PL-RJ). O mandado foi solicitado pela PF e anuído pela Procuradoria-Geral da República (PGR) antes de ser autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A ação ocorre no âmbito da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, que visa identificar mentores intelectuais e responsáveis por planejar, financiar e incitar os atos antidemocráticos que culminaram na tentativa frustrada de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.

De acordo com a PF, os fatos investigados constituem, em tese, crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime.

O deputado Carlos Jordy compareceu à sede da PF em Brasília, onde presta depoimento. Além disso, a PF cumpriu outros nove mandados de busca e apreensão em pessoas envolvidas no planejamento e execução de atos antidemocráticos.

Entre os alvos da operação está Carlos Victor de Carvalho, suplente de vereador da assembleia de Campos dos Goytacazes (RJ), apontado como liderança de extrema-direita na cidade. Segundo as investigações, Carvalho pediu orientações a Jordy sobre o bloqueio de estradas em novembro de 2022, pouco após a derrota de Jair Bolsonaro na eleição presidencial.

Na decisão que autorizou a medida, Moraes destacou a presença de indícios de que o parlamentar seria a pessoa que efetivamente orientava as ações supostamente organizadas por Carlos Victor.

O ministro também frisou mensagens em que Carvalho chama Jordy de “meu líder” e pede orientações sobre “parar tudo”, referindo-se ao bloqueio de estradas.

Além da apreensão de documentos e objetos, Moraes autorizou o acesso da PF a aparelhos eletrônicos do parlamentar, bem como a apreensão de armas e munições porventura encontradas nos endereços de Jordy.

No pedido de busca contra o deputado, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, responsável pelas apurações sobre o 8 de janeiro, escreveu que há indícios de que Carlos Victor de Carvalho possua “fortes ligações” com Carlos Jordy.

O deputado negou, ao chegar à sede da PF, que haja mensagens que o incriminem em relação ao 8 de janeiro. Em vídeo publicado em suas redes sociais, Jordy classificou a busca como “medida autoritária e sem fundamento, que visa a perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal”. Ele também alega que em nenhum momento incitou ou falou para as pessoas que os atos ocorridos em 8 de janeiro eram corretos e que nunca apoiou qualquer tipo de manifestação contra o governo eleito.

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