Rodrigues descreveu a rota de fuga como “muito clara”, enfatizando que Ramagem não passou por qualquer ponto de controle ou fiscalização ao sair do Brasil. A Policial Federal, em investigações recentes, identificou que Ramagem havia sido visto em Miami, na Flórida, no mês de novembro, logo antes da execução de sua pena, que totaliza 16 anos, um mês e 15 dias de reclusão. Essa pena foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), que posteriormente emitiu um mandado de prisão preventiva contra o deputado.
As investigações também revelaram que Ramagem recebeu assistência para sua fuga da fronteira de Roraima, onde desenvolveu sua carreira como delegado da própria Polícia Federal. Em uma ação envolvente, a PF deteve, no último sábado, um homem que ajudou o deputado a escapar. Rodrigues afirmou que este indivíduo, que será interrogado em breve, está ligado a um grupo que facilitou a fuga. Embora não tenha revelado o nome de todos os envolvidos, a identidade do homem preso foi confirmada como Celso Rodrigo de Mello, que possui vínculos com o garimpo.
Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), foi julgado pela Primeira Turma do STF e considerado culpado por graves crimes, como golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Durante o processo, foi apurado que a Abin foi instrumentalizada por ele para favorecer a manutenção do ex-presidente Jair Bolsonaro no poder de maneira ilegal, incluindo espionagem de opositores e disseminação de informações fraudulentas sobre o processo eleitoral.
Esse episódio levanta sérias questões sobre a integridade das instituições e a segurança do sistema democrático no Brasil, evidenciando não apenas as vulnerabilidades do aparato estatal, mas também os desafios enfrentados pelas autoridades para garantir que a justiça seja efetivamente realizada.










