A renúncia de Zambelli ocorre poucos dias após uma significativa decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que reafirmou a cassação imediata de seu mandato. Em uma votação ocorrida na última sexta-feira (12), a Primeira Turma do STF deliberou de maneira unânime, confirmando uma decisão anterior do ministro Alexandre de Moraes, que havia anulado a votação da Câmara que rejeitara a cassação da deputada.
Na quarta-feira (10), a Câmara havia decidido manter o mandato de Zambelli, com o placar de 227 votos a favor e 110 contra. Apesar da expectativa de que ela permaneceria no cargo, a situação se agravou quando Moraes considerou inconstitucional a resolução da Casa, argumentando que a Constituição brasileira estabelece que somente o Judiciário pode determinar a perda do mandato de um parlamentar que tenha sido condenado. Neste contexto, a atuação da Câmara seria limitada à declaração da perda do mandato, e não à sua aprovação.
A situação política de Zambelli tem sido cercada de controvérsias. Em julho deste ano, a deputada foi presa em Roma, onde tentava escapar do cumprimento de um mandado de prisão expedido por Moraes. Zambelli, que possui dupla cidadania, buscava asilo político na Itália após ser condenada pelo STF a uma pena de 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023.
A decisão final sobre o processo de extradição, que está sob a análise do governo brasileiro, será discutida em uma audiência judicial na Itália na próxima quinta-feira (18). O desdobramento dessa situação será observado atentamente, pois pode ter implicações significativas tanto para Zambelli quanto para o cenário político nacional.










