O tenente-coronel Mauro Cid, que se destaca como delator na investigação, será o primeiro a prestar depoimento. Logo após, Jair Bolsonaro e os demais réus ofarão suas declarações, seguindo uma ordem alfabética previamente estabelecida. Essa programação foi definida após o encerramento da fase de depoimentos das testemunhas, que ocorreu no dia 2 de junho.
Durante o período de 19 de maio a 2 de junho, foram ouvidas um total de 52 testemunhas indicadas tanto pela Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável pelas acusações, quanto pelas defesas dos réus. A expectativa é alta em relação ao julgamento, que poderá resultar na condenação ou absolvição dos acusados ainda este ano. Caso haja condenação, as penas previstas podem ultrapassar os 30 anos de reclusão, o que ressalta a gravidade das imputações.
Os acusados enfrentam sérias alegações, que incluem organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por meio de violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado. Este conjunto de crimes aponta para uma suposta articulação destinada a desestabilizar o sistema democrático em vigor.
Os réus constituem o que foi denominado como “núcleo 1” do golpe, e sua denúncia foi aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF no dia 26 de março. Entre os acusados estão figuras de destaque, como Jair Bolsonaro, que foi presidente da República, além de generais e outros ex-ministros que ocupavam posições-chave no governo anterior. A sequência dos depoimentos e o desenrolar desse processo judicial, portanto, prometem ser observados com atenção redobrada pela sociedade e pela mídia.