Esse montante foi arrecadado por meio de doações de apoiadores de Dallagnol, que, em 2016, expôs suas alegações em uma apresentação que rapidamente ganhou repercussão em mídias sociais e veículos de comunicação. A apresentação ficou famosa pelas ilustrações que colocavam Lula como o pivô de um esquema criminoso, algo que incomodou profundamente o ex-presidente.
As acusações feitas por Dallagnol e a subsequente ação judicial enfrentaram uma reviravolta significativa. Em uma decisão posterior do Supremo Tribunal Federal (STF), os processos que envolviam a investigação foram anulados após a Corte considerar que o ex-juiz Sérgio Moro agiu de maneira parcial ao conduzir os trabalhos da Lava Jato. Cristiano Zanin, advogado de Lula e atual ministro do STF, criticou a postura de Dallagnol, argumentando que sua apresentação tinha um caráter acusatório que não se sustentava legalmente.
A condenação inicial, que estipulou indenização de R$ 75 mil, foi proferida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em março de 2022. À medida que o tempo passou, o valor da condenação foi crescendo devido à aplicação de juros, alcançando a quantia de R$ 146 mil.
Dallagnol, que foi deputado federal eleito nas eleições de 2022, viu seu mandato ser cassado em maio de 2023, decisão unanime do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O tribunal alegou que o ex-procurador havia solicitado exoneração do cargo durante processos administrativos em curso que poderiam torná-lo inelegível. Após o pagamento da indenização, Dallagnol afirmou que “fez a coisa certa” e que não se arrepende de suas ações passadas.
