JUSTIÇA – Deltan Dallagnol paga R$ 146 mil a Lula por danos morais após condenação relacionada à apresentação da Lava Jato e se diz tranquilo com a decisão.

O ex-procurador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, cumpriu com uma determinação judicial e efetuou o pagamento de R$ 146 mil ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. essa quantia corresponde a uma indenização por danos morais decorrente de uma polêmica apresentação em PowerPoint, na qual Dallagnol fez alegações de que Lula liderava uma suposta organização criminosa. O comprovante do depósito foi protocolado no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) no dia 3 deste mês e é parte de um processo que está em execução.

Esse montante foi arrecadado por meio de doações de apoiadores de Dallagnol, que, em 2016, expôs suas alegações em uma apresentação que rapidamente ganhou repercussão em mídias sociais e veículos de comunicação. A apresentação ficou famosa pelas ilustrações que colocavam Lula como o pivô de um esquema criminoso, algo que incomodou profundamente o ex-presidente.

As acusações feitas por Dallagnol e a subsequente ação judicial enfrentaram uma reviravolta significativa. Em uma decisão posterior do Supremo Tribunal Federal (STF), os processos que envolviam a investigação foram anulados após a Corte considerar que o ex-juiz Sérgio Moro agiu de maneira parcial ao conduzir os trabalhos da Lava Jato. Cristiano Zanin, advogado de Lula e atual ministro do STF, criticou a postura de Dallagnol, argumentando que sua apresentação tinha um caráter acusatório que não se sustentava legalmente.

A condenação inicial, que estipulou indenização de R$ 75 mil, foi proferida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em março de 2022. À medida que o tempo passou, o valor da condenação foi crescendo devido à aplicação de juros, alcançando a quantia de R$ 146 mil.

Dallagnol, que foi deputado federal eleito nas eleições de 2022, viu seu mandato ser cassado em maio de 2023, decisão unanime do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O tribunal alegou que o ex-procurador havia solicitado exoneração do cargo durante processos administrativos em curso que poderiam torná-lo inelegível. Após o pagamento da indenização, Dallagnol afirmou que “fez a coisa certa” e que não se arrepende de suas ações passadas.

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