Na semana passada, tanto o general Braga Netto quanto o ex-presidente Jair Bolsonaro foram denunciados pela suposta participação em um plano golpista para evitar o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o advogado José Luiz de Oliveira, a defesa do general precisa de um prazo estendido de 30 dias para se manifestar nos autos. Atualmente, o prazo estipulado por Alexandre de Moraes é de 15 dias, de acordo com a legislação vigente. Os advogados alegam que o material a ser analisado possui cerca de 70 gigabytes e 1.400 arquivos, o que demanda tempo para uma análise minuciosa.
Além disso, Oliveira afirmou que não teve acesso integral à delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. A defesa do general Braga Netto também pretende se manifestar após a defesa de Cid.
No entanto, a defesa declarou que a falta de acesso completo aos elementos da colaboração premiada de Mauro Cid dificulta a análise das provas referidas na denúncia para a elaboração da resposta escrita.
Em dezembro do ano passado, o general Braga Netto foi detido por ordem do ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do Inquérito do Golpe. Segundo a Polícia Federal, o general estaria obstruindo as investigações sobre a suposta tentativa de golpe para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
Diante das investigações, a Polícia Federal alegou que o general, apontado como um dos principais articuladores do plano golpista, teria tentado acessar informações sigilosas da delação de Mauro Cid. Após a prisão, a defesa do general Braga Netto negou veementemente as acusações de obstrução às investigações.
Agora, o pedido de prorrogação do prazo para apresentação da defesa está sob análise do ministro Alexandre de Moraes, aguardando uma decisão que possa garantir o direito à ampla defesa e ao contraditório no âmbito do processo relacionado ao Inquérito do Golpe.