JUSTIÇA – Defesa do general Braga Netto solicita prazo estendido ao STF para resposta sobre denúncia do Inquérito do Golpe. Advogados alegam dificuldade na análise de provas.

Os advogados do general Braga Netto solicitaram, nesta terça-feira (25), ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma prorrogação do prazo para apresentação da defesa em relação à denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito do Inquérito do Golpe.

Na semana passada, tanto o general Braga Netto quanto o ex-presidente Jair Bolsonaro foram denunciados pela suposta participação em um plano golpista para evitar o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com o advogado José Luiz de Oliveira, a defesa do general precisa de um prazo estendido de 30 dias para se manifestar nos autos. Atualmente, o prazo estipulado por Alexandre de Moraes é de 15 dias, de acordo com a legislação vigente. Os advogados alegam que o material a ser analisado possui cerca de 70 gigabytes e 1.400 arquivos, o que demanda tempo para uma análise minuciosa.

Além disso, Oliveira afirmou que não teve acesso integral à delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. A defesa do general Braga Netto também pretende se manifestar após a defesa de Cid.

No entanto, a defesa declarou que a falta de acesso completo aos elementos da colaboração premiada de Mauro Cid dificulta a análise das provas referidas na denúncia para a elaboração da resposta escrita.

Em dezembro do ano passado, o general Braga Netto foi detido por ordem do ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do Inquérito do Golpe. Segundo a Polícia Federal, o general estaria obstruindo as investigações sobre a suposta tentativa de golpe para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

Diante das investigações, a Polícia Federal alegou que o general, apontado como um dos principais articuladores do plano golpista, teria tentado acessar informações sigilosas da delação de Mauro Cid. Após a prisão, a defesa do general Braga Netto negou veementemente as acusações de obstrução às investigações.

Agora, o pedido de prorrogação do prazo para apresentação da defesa está sob análise do ministro Alexandre de Moraes, aguardando uma decisão que possa garantir o direito à ampla defesa e ao contraditório no âmbito do processo relacionado ao Inquérito do Golpe.

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