JUSTIÇA –

Defesa de Silvinei Vasques nega participação em bloqueios a eleitores de Lula durante eleições de 2022 em julgamento no STF

A defesa de Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), se manifestou nesta terça-feira (9) durante o julgamento do Núcleo 2 da ação penal referente à suposta trama golpista, negando veementemente que seu cliente tenha atuado para obstruir o deslocamento de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições de 2022.

Vasques se encontra entre os réus do processo que está sendo analisado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) alega que o ex-diretor deu ordens ilegais para que os policiais da PRF realizassem blitzes no dia das eleições, ostensivamente com o intuito de dificultar a movimentação de eleitores em rodovias, especialmente no Nordeste, onde Lula contava com forte apoio popular.

Durante a sessão, o advogado Eduardo Pedro Nostrani Simão defendeu Vasques, classificando as acusações como resultado de uma “tempestade midiática” e circunscrita por uma onda de desinformação que circulou nas redes sociais. O defensor salientou que vídeos foram amplamente divulgados, sugerindo que seu cliente estava intencionalmente tentando impedir o exercício do voto em locais onde Lula poderia ter uma vantagem significativa sobre seu oponente.

“Essa narrativa distorcida foi projetada para criar uma imagem negativa de Silvinei. Ele é um homem íntegro e não buscou obstruir o voto popular”, afirmou Simão em sua fala. O advogado argumentou que é necessário separar fatos concretos da retórica incendiária que tomou conta do debate público.

Após a apresentação da defesa, o julgamento foi suspenso e sua continuidade está agendada para a próxima terça-feira (16), quando os ministros do STF darão início à votação que decidirá o futuro dos réus do Núcleo 2. Esta ação penal é especialmente significativa, abrangendo figuras como Filipe Martins, ex-assessor de assuntos internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de outros ex-alto funcionários do governo, como Marcelo Câmara e Mário Fernandes.

Esses réus enfrentam graves acusações, que incluem organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, entre outros crimes que colocam em xeque a integridade das instituições democráticas do país. A continuidade deste caso promete desdobramentos importantes e um debate intenso sobre a condução das eleições e o papel das autoridades no processo democrático.

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