No pedido, os advogados de Fernandes destacam que Dino se pronunciou publicamente na ocasião e classificou o episódio como uma tentativa de “golpe de Estado”, o mesmo crime atribuído a Fernandes pela denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
De acordo com a denúncia, o 8 de janeiro está diretamente ligado ao complô golpista organizado entre novembro e dezembro de 2024 por membros da alta cúpula do governo Bolsonaro, com o ex-presidente sendo apontado como líder da organização criminosa armada.
O pedido de impedimento ocorre após a defesa de Bolsonaro indicar que também solicitará o afastamento de Dino e do ministro Cristiano Zanin, ambos indicados ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dino, ao ser questionado por jornalistas, declarou que não há “nenhum constrangimento” da parte dele em julgar Bolsonaro, sem mencionar nenhum processo específico.
A petição da defesa de Fernandes destaca a atuação de Dino durante e após os ataques de 8 de janeiro, classificando seu impedimento no caso como objetivo, devido ao seu envolvimento direto nos fatos denunciados. O pedido foi encaminhado ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, que ainda não definiu um prazo para a decisão. No entanto, no ano passado, Barroso rejeitou 192 pedidos de suspeição e impedimento feitos contra o ministro Alexandre de Moraes, relator da denúncia sobre a tentativa de golpe de Estado.
Segundo a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o general Mauro Fernandes estava entre os que mais pressionavam o ex-presidente a tomar medidas de intervenção contra a democracia nos meses que antecederam a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A defesa do general nega qualquer participação em planos de golpe.