JUSTIÇA – Defesa de Braga Netto pede ao STF que interrogatórios de réus em ação golpista não sejam transmitidos ao vivo pela TV Justiça.

Na última sexta-feira, 6 de outubro, a defesa do general Braga Netto solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que os interrogatórios dos réus envolvidos na chamado trama golpista não fossem transmitidos ao vivo pela TV Justiça. Este pedido ocorre um dia antes do início dos depoimentos, que estão agendados para a próxima segunda-feira, 9 de outubro.

Braga Netto, que é um dos oito réus a serem interrogados, será entrevistado pelo ministro Alexandre de Moraes, que atua como relator da ação penal relacionada ao Núcleo 1 da investigação sobre a tentativa de golpe no Brasil. A defesa argumenta que a exibição ao vivo dos depoimentos gera uma superexposição indesejada e fere os direitos dos acusados, uma vez que a transmissão proporcionaria uma audiência pública e imediata ao que deveria ser um processo mais reservado. Os advogados destacam que a transmissão foi inicialmente autorizada pelo relator, mas acreditam que a situação deve ser revista.

Em nota, a defesa expressou preocupação com a natureza do ato de defesa, ressaltando que “não é razoável que o ato mais importante de autodefesa seja realizado sob a mira de câmeras”. Eles argumentam que essa exposição pública não apenas prejudica a intimidade e privacidade dos réus, mas também transforma a inquirição em um espetáculo midiático, onde cada palavra e ação seria analisada em tempo real pelo público e pela imprensa.

Os depoimentos ocorrerão presencialmente na sala da Primeira Turma do STF, com Braga Netto se apresentando por videoconferência. O ex-general, que atualmente é candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, está detido desde dezembro do ano passado. Ele é acusado de obstruir investigações relacionadas à tentativa de golpe e de buscar informações sobre delações feitas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

Entre os dias 9 e 13 de junho, o relator Alexandre de Moraes interrogará não apenas Braga Netto, mas também o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais seis réus, todos acusados de ser parte fundamental de uma trama que buscou comprometer a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022. O desenrolar desses depoimentos tende a ser um dos momentos mais críticos e assistidos do processo, com repercussões significativas para o cenário político do país.

Sair da versão mobile