Braga Netto, que é um dos oito réus a serem interrogados, será entrevistado pelo ministro Alexandre de Moraes, que atua como relator da ação penal relacionada ao Núcleo 1 da investigação sobre a tentativa de golpe no Brasil. A defesa argumenta que a exibição ao vivo dos depoimentos gera uma superexposição indesejada e fere os direitos dos acusados, uma vez que a transmissão proporcionaria uma audiência pública e imediata ao que deveria ser um processo mais reservado. Os advogados destacam que a transmissão foi inicialmente autorizada pelo relator, mas acreditam que a situação deve ser revista.
Em nota, a defesa expressou preocupação com a natureza do ato de defesa, ressaltando que “não é razoável que o ato mais importante de autodefesa seja realizado sob a mira de câmeras”. Eles argumentam que essa exposição pública não apenas prejudica a intimidade e privacidade dos réus, mas também transforma a inquirição em um espetáculo midiático, onde cada palavra e ação seria analisada em tempo real pelo público e pela imprensa.
Os depoimentos ocorrerão presencialmente na sala da Primeira Turma do STF, com Braga Netto se apresentando por videoconferência. O ex-general, que atualmente é candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, está detido desde dezembro do ano passado. Ele é acusado de obstruir investigações relacionadas à tentativa de golpe e de buscar informações sobre delações feitas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Entre os dias 9 e 13 de junho, o relator Alexandre de Moraes interrogará não apenas Braga Netto, mas também o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais seis réus, todos acusados de ser parte fundamental de uma trama que buscou comprometer a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022. O desenrolar desses depoimentos tende a ser um dos momentos mais críticos e assistidos do processo, com repercussões significativas para o cenário político do país.