Os advogados do general argumentam em sua manifestação que não existem evidências concretas que provem que Braga Netto teria contribuído financeiramente para a organização de atos golpistas. Essa defesa se alicerça na alegação de que uma das principais evidências contra o militar é um depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Em sua delação premiada, Cid afirmou que Braga Netto lhe teria entregado dinheiro em uma sacola de vinho para financiar as ações golpistas. Contudo, os defensores do general classificam essa narrativa como “frágil” e sustentam que se baseia apenas na palavra de um delator, que após dez depoimentos e mais de um ano desde o acordo, apresenta a suposta entrega de dinheiro como um detalhe irrelevante.
Além disso, a defesa nega categoricamente que o general tenha orquestrado ataques virtuais contra ex-comandantes das Forças Armadas, com o intuito de pressioná-los a se juntarem a essa suposta trama golpista. Para os advogados, a acusação carece de consistência e deve ser considerada inválida, uma vez que se apoia em provas que, segundo eles, seriam ilícitas.
A defesa de Braga Netto, que foi enviada ao relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, representa a última oportunidade para os réus apresentarem suas considerações antes do julgamento definitivo, que pode resultar em condenações ou absolvições. O prazo para os réus, que incluem outros seis aliados de Bolsonaro, encerra-se às 23h59 do mesmo dia, e Mauro Cid, por ser delator, já entregou suas alegações no mês anterior. A análise do STF promete abordar questões complexas que envolvem o vértice da recente história política do Brasil, perpetuando um clima de incerteza e expectativa.